sexta-feira, 13 de junho de 2008

Conto do autor

Sonhou que sabia voar e acordou disposto para o sonho.
Por mais que tentassem contradize-lo, incuti-lhe o juízo ignorava a todos e afirmava insistentemente que sonhara voando por isso poderia voar.
Não, essa não é a historia do patrono da aviação, nem de qualquer outro inventor de aeromodelos, é somente a historia de um menino que queria voar.
Na segunda, após o sonho, acordou pulando. Saltou, saltou e sempre a maçã de Newton a trazer-lhe de volta a terra. Esmerou-se em bater de asas, impulsão basquetiana, mas nada. Inútil.
Pegou de um lençol e fê-lo de capa…
Esta é a historia inútil de um garoto que abusa da paciência em querer voar. A moral da historia deixá-la-ei dita bem antes do final: nunca tente voar. Todos nós, sensatamente, sabemos que esse garoto não vai conseguir voar. Eu mesmo tentei dizer-lhe isso, mas fica lá tentando feito doido, numa cena patética!
Mesmo assim continuou a mestrar suas tentativas de vôo.
Assistiu a documentários, leu revistas e comprou livros na terça-feira.
Na quarta colou pregas nas axilas, pensou em implante para diminuir-lhe o peso e aumenta-lhe a curvatura.
Na quinta dissecou aves, brigou com aquela que seria namorada por que detestava voar.
Na sexta andou de bimotor, comprou aeromodelos, fez anos. A barba estava crescendo, os cabelos também.
No sábado estudou para pilotagem de avião, prometeu a si mesmo nunca mais pisar no chão. Andava agora trepado pelos quartos e salas. Já não mais saia de casa.
Recebeu bronca dos pais, do irmão. Estava de olhos fundos. Tinha insônia e agora nem mais sentar conseguia. A namorada tentou carinhos, chorou, disse que o amava. Nem sono vinha, nem paciência agüentava tamanha obtusidade.
Queria…
Feito uma semana. Não lhes afirmei no inicio da historia que ele não voaria. Vêem como estava certo? Ninguém pode voar.
Mas mesmo eu dizendo, o autor, que ele não voaria. Que me negaria totalmente a permitir-lhe o vôo. Que não gastaria uma linha fresca e em branco sequer com tal aleivosia, ele voou.
Sem asas, sem avião, sem aparelhos, voou.
Voou tão alto que não sei hoje se ele é estrela no céu ou pássaro no ar.
E eu que queria que ele não voasse.

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